Olá, sou Monique Ayala

Minha história profissional começa embaralhada na questão de clássico, contemporâneo e outras coisas feitas nas máquinas de Pilates. Espero que, ao ler, sigam com as cabeças abertas.

 

Fiz minha primeira formação em Pilates numa escola que me foi indicada por dois amigos. Comecei antes mesmo de terminar a faculdade. A escola em questão dividia a formação em 3 segmentos de acordo com a formação acadêmica do interessado. Tinha um segmento para fisioterapeutas, outro para profissionais de educação física e ainda um terceiro para profissionais da dança. Na época, não sabia que o método Pilates é único, tanto faz a formação acadêmica, todos deveriam aprendê-lo da mesma forma. Apesar disso, o curso de formação que fiz era considerado um dos melhores cursos na época. Eu fiz o que era voltado para fisioterapia.

 

No curso vimos vários exercícios clássicos (criados pelo Sr. Pilates), porém os nomes foram mudados ou traduzidos e embaixo vinha, por exemplo, a frase: inspirado no Footwork.

 

Os exercícios foram dados separadamente sem nenhuma sugestão de sequência ou a menção sobre um sistema integrado de exercícios. Para a formação completa, era preciso fazer aula com algum professor formado pela escola, no entanto as aulas não seguiam uma sequência didática, cada um dava aula de um jeito e era difícil compreender a linha de raciocínio. Então o início do meu trabalho foi muito solto e, por isso, não posso nem dizer que trabalhava com o método Pilates.

 

Método (segundo o Oxford Language Online) =

1. procedimento, técnica ou meio de fazer alguma coisa, esp. de acordo com um plano.

2. processo organizado, lógico e sistemático de pesquisa, instrução, investigação, apresentação etc.

 

Solto é o oposto da definição de método, por isso posso dizer que na minha primeira formação aprendi exercícios, mas não um método.

 

Outra coisa que aconteceu durante esta formação foi o uso de acessórios como bola suíça, faixa elástica, foam roller logo de cara. Para quem está tendo um primeiro contato com Pilates é informação demais, fica confuso e permite que pessoas ainda cruas façam grandes invenções dentro de um sistema que já veio pronto.

 

Portanto, lá no início, achava que trabalhava com o método Pilates, mas hoje sei que apenas usava os aparelhos para fazer coisas aleatórias, algumas esbarravam com exercícios do método e outras não. Eu sou fisioterapeuta, então, fazia fisioterapia, condicionamento, passava exercícios direcionados para cada aluno cheia de zelo por eles e sei que ajudei na reabilitação da maioria. Podemos usar os aparelhos desta forma? Sem dúvida, mas não significa que estamos trabalhando com o método Pilates. Isso pode ser suficiente para muitos pessoas, mas não foi para mim, vivia desanimada e na busca por algo mais lógico.

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Uns quatro anos após o meu início profissional fui a um congresso e lá pela primeira vez percebi que tinha alguma coisa errada com a minha primeiro formação. Que sequência de exercícios era aquela de Mat que eu não sabia que existia? Que professores eram aqueles que se moviam no mesmo ritmo de forma precisa? Naquela época tudo era mais difícil (tipo quando o mundo do Pilates era só mato!), as redes sociais ainda nem existiam, visto que o Facebook chegou ao Brasil em 2007. Fui procurando e descobri o tal do Pilates Clássico.

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​A opinião de quem já passou por muita coisa no caminho para o desenvolvimento profissional neste grande capítulo da minha vida chamado Pilates, é:

 

O método Pilates só é aprendido em cursos que chamamos de Clássicos. Existem professores clássicos que são mais abertos, ou seja, que usam bola suíça, faixa elástica e rolos, mas a formação deles é clássica e entendem muito do método, então o uso destes acessórios é feito dentro do propósito estabelecido pelo método. A estas pessoas eu chamo de contemporâneas. Na lista está a própria Lolita San Miguel, que estudou com o Sr. Pilates. Na minha opinião, o contemporâneo não existe sem o clássico. Os professores do método com viesses contemporâneos são todos primeiramente clássicos.Também existem os professores que rejeitam qualquer coisa que não foi registrada pelo Sr. Pilates, são os "clássicos raiz". Cada profissional é livre para trabalhar da forma que deseja, mas tenho certeza que aqueles que tem formação clássica tornam o Pilates uma filosofia de vida e o coloca em suas vidas, se apaixonam e trabalham com leveza e alegria. 

 

Se você ainda não conhece o Clássico, só vem que eu terei o maior prazer em lhe apresentar essa linha de trabalho. Se você já conhece, sinta-se em casa.